18 mil goianos podem morrer até setembro por Covid-19 se não houver lockdown, diz estudo da UFG

Governo de Goiás propõe quarentena alternada para evitar mortes

“Eu não posso aceitar que haja omissão de qualquer uma das autoridades que não seja uma ação dura e firme às consequências que poderão vir. Temos que trabalhar em sistema de mutirão, com todas as nossas forças convergindo para um único objetivo: não atingirmos esse número de óbitos projetados.” A afirmação do governador Ronaldo Caiado foi feita logo depois da apresentação do estudo técnico da Universidade Federal de Goiás (UFG), divulgado em videoconferência na manhã desta segunda-feira, dia 29.

O estudo aponta que se o poder público e o setor privado não fizerem nada a partir de agora, o Estado deve chegar a setembro com 18 mil mortes ocasionadas pela Covid-19. “Como pesquisador e cidadão goiano, digo que esse é um número inaceitável e imoral”, frisou, mais de uma vez, o professor doutor Thiago Rangel, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG.

Diante das projeções levantadas, Caiado foi enfático ao falar que “no que for prerrogativa do Estado”, Goiás começa a partir de amanhã (30/06) uma quarentena alternada. Em outras palavras, significa dizer que o comércio deverá ficar fechado 14 dias consecutivos e, depois, será reaberto pelo mesmo período, porém com todas as precauções indispensáveis que devem ser seguidas durante a pandemia. O novo decreto deverá seguir nos mesmos moldes do primeiro decreto governamental que versou sobre o isolamento social.

Cenários apresentados

O grupo da UFG também mostrou o que poderia acontecer em Goiás em duas situações.  A primeira: se tudo ficar como está atualmente, com a média de isolamento social do Estado girando em torno de 36,89%, o número de óbitos seria o de 18 de mil em setembro, hipótese totalmente descartada por Caiado. “É imoral, como falou o Thiago, e desumano”, reiterou.

Na outra ponta, se um isolamento mais rígido por três meses fosse o caminho a ser trilhado, as projeções sobre a quantidade de mortos por Covid-19 cairiam de 18 mil para 4 mil óbitos até setembro, o que significaria salvar toda a população de São João D’Aliança – 13.530 pessoas.

Além da quarentena alternada, o governador acatou outra sugestão dos pesquisadores da UFG. Trata-se do rastreamento de contatos, uma medida que nada mais é do que deixar em isolamento durante dez dias, não somente a pessoa testada positiva, mas todos aqueles que convivem diretamente com ela, mesmo os assintomáticos. “É um isolamento mais cirúrgico, implementado em vários países”, explicou Thiago Rangel.

Diante da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que garante autonomia aos municípios de fazerem seus próprios decretos, caberá a cada Prefeitura definir sobre a situação do comércio local.

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