Em entrevista, governador cita que Estado gasta hoje R$ 2,5 bilhões com pagamento de dívida por ano
O governador Ronaldo Caiado (DEM) apontou o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) como fundamental para o equilíbrio das contas do Estado de Goiás durante entrevista concedida, nesta terça-feira (08), ao programa Café com CBN, da Rádio CBN Goiânia.
“O que estamos fazendo é alongar o perfil da dívida, trazer juros que sejam compatíveis, indexadores que sejam honestos e abaixar esse gasto mensal que nós temos”, explicou o governador ao informar que, atualmente, o Estado de Goiás paga em torno de R$ 210 milhões de serviço da dívida (juro + encargos + amortização) com precatório.
O governador pontuou que essa situação de alto endividamento “foi criada para que Goiás tivesse um projeto político eleitoral e não um projeto para o cidadão”, explicou e ainda acrescentou: “Tomaram dinheiro a qualquer valor, a qualquer indexador. Quem suporta indexador de dólar?”, disse Caiado, ao relembrar que até hoje a atual administração do Estado nunca pôde fazer um empréstimo, devido ao bloqueio efetuado junto ao Tesouro Nacional.
Caiado ainda fez questão de lembrar que as mesmas pessoas que criticam hoje a entrada no programa de recuperação fiscal, também foram contra a proposta do ex-governador Alcides Rodrigues, que queria vender 30% da Celg D e regularizar a situação da companhia para que o Estado continuasse com a sua gestão. “Foram os mesmos que fizeram essa dívida de R$ 7 bilhões, que já soma R$ 22 bilhões do passivo total do Estado, e entregaram a Celg por R$ 1,2 bilhão. A empresa poderia ter sido salva naquele momento com a venda de 30% das ações. São essas pessoas que estão contra o RRF”, disparou.
A autorização para o Estado ingressar no RRF foi concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 21 de maio de 2021, em votação unânime. Na ocasião, Caiado destacou que isso demonstra que o Governo de Goiás fez o dever de casa por apresentar todas as exigências e, agora, está credenciado a renegociar sua dívida.