Coluna – Título da paiN Gaming reforça importância de “brTT” no CBLoL

Mais do que o título da paiN Gaming, o que muita gente está comentando depois da decisão do primeiro split do Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL) em 2021 é a conquista pessoal do atirador da equipe. Felipe Gonçalves, o brTT, que se tornou o maior vencedor da história da competição, com seis títulos. Ele supera não só qualquer outro jogador, como até mesmo a pentacampeã INTZ, equipe com o maior número de troféus na história do torneio.

Poucos players de CBLoL podem se vangloriar de serem mais veteranos que este carioca de 30 anos. Jogador de DotA, quando já usava o nome de guerra “brTT” (uma analogia ao apelido Barata), ele foi contratado pela paiN Gaming em fevereiro de 2012.  Ele estava na formação da equipe na primeira edição do CBLoL, em um formato muito diferente do atual, com apenas quatro equipes em 2012. Naquela época, nem sequer existiam servidores brasileiros no game, que só estreariam em fevereiro de 2013.

Neste ano, brTT chegaria à primeira final do CBLoL e a seu primeiro título, com o troféu conquistado pela paiN Gaming. A vitória rendeu ainda seus primeiros confrontos contra times estrangeiros em torneios profissionais, quando disputou o International Wildcard Qualifier.

Começava aí a série de títulos brasileiros, ampliada com a conquista sob a camisa da Keyd na primeira etapa de 2014. No ano seguinte, na segunda etapa, ele retornou à paiN Gaming:  garantiu não só mais um troféu, como a classificação para o Mundial pela primeira vez. Ao lado de Mylon, Sirt, Kami e Dioud, brTT fez com a paiN a melhor campanha brasileira na história do torneio, ainda que isso significasse um total de apenas duas vitórias e o décimo segundo lugar.

O atirador conquistou mais um título em 2017, dessa vez pela Red Canids, e em seguida emendou três vice-campeonatos com o Flamengo, seu time de coração: um pelo Circuito Desafiante, no primeiro split de 2018 e, nos dois semestres seguintes, pelo CBLoL. A sonhada conquista pelo Flamengo só aconteceria na vitória do segundo split de 2019, disputado curiosamente no Rio de Janeiro. A carreira de brTT ainda o brindaria com o retorno à paiN Gaming, onde conquistaria mais um vice-campeonato no segundo split de 2020, além do sexto título em nove finais no último domingo (18).

O alto desempenho soma-se ao carisma do hexacampeão, que acumula 1 milhão de seguidores no Twitter, um das maiores marcas entre profissionais de esporte eletrônico. Só perde para Gabriel Fallen, jogador de Counter-Strike na Team Liquid, que tem 1,1 milhão de fãs na mesma rede social. O carinho da torcida também traduziu-se na eleição de Craque da Galera do CBLoL em 2017, 2018 e 2019.

O próximo desafio de brTT é disputar o Mid-Season Invitational (MSI) de LoL pela segunda vez. A primeira participação ocorreu na edição de 2017, quando defendeu a Red Canids na fase de entrada no Rio de Janeiro e terminou em oitavo lugar com duas vitórias. Depois disso, resta saber qual será o caminho que o ídolo vai percorrer. Eu particularmente torço para que se mantenha em alto nível competitivo e mostre que é possível envelhecer jogando games profissionalmente.

Se decidir sair em alta, ao menos já tem bem encaminhada outra carreira: a de empresário. Ainda em 2013, antes do primeiro título no CBLoL, brTT transformou o bordão “rexpeita”, eternizado pela Riot Games na dublagem oficial do personagem Twitch, em uma marca de roupas e acessórios que tem como público-alvo fãs dos mais variados tipos de esporte.

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