CPI: Policial confirma proposta de propina e tem celular apreendido

Dominguetti confirmou que participou de uma reunião com integrantes do Ministério da Saúde na qual teria sido pedido propina de US$ 1 pela venda de cada uma das 400 milhões de doses – (Foto: Reprodução)

Luiz Paulo Dominguetti Pereira prestou depoimento na CPI da Pandemia

Da Agência Brasil

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado ouviu nesta quinta-feira (1º) o policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira. Durante o depoimento, após ser questionado pelos senadores, o policial teve que assinar um termo circunstanciado e seu celular foi apreendido. O equipamento foi lacrado na presença de todos os senadores da comissão.

Dominguetti confirmou que participou de uma reunião com integrantes do Ministério da Saúde na qual teria sido pedido propina de US$ 1 pela venda de cada uma das 400 milhões de doses, em negociação com a pasta, da vacina Oxford/AstraZeneca.

Segundo ele, o encontro ocorreu em fevereiro, em um restaurante em Brasília, com a presença do então diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, e do coronel da reserva Marcelo Blanco da Costa, à época diretor substituto do mesmo departamento. Os dois foram exonerados da pasta após reportagem sobre o assunto publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.

Dominguetti surpreendeu os senadores que integram a CPI ao ser questionado se teve conhecimento de algum parlamentar que teria tentado negociar diretamente a compra de vacinas com a Davati. “A informação que tenho é de um: o que aqui que fez acusação contra o presidente da República”, respondeu numa referência ao deputado federal Luis Miranda (DEM-DF).

Dominguetti, então, mostrou um áudio em que supostamente Miranda negociava vacinas.
Diante das acusações Luis Miranda esteve no Senado para confrontar o depoente, mas foi impedido pela segurança da Casa de entrar no plenário da CPI. Apesar disso, ele conversou reservadamente com o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e os senadores Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado, e Marcos do Val (Podemos-ES). “O que ele [Luis Miranda] disse é que esse áudio é de 2020, uma negociação dos Estados Unidos, e que o que está aqui foi editado para prejudicá-lo”, contou Aziz.

Total
0
Shares
Related Posts