CPI: Vendas de farmacêutica produtora de ivermectina cresceram mais de 1.000%

De acordo com relatórios enviados à CPI, apenas as vendas da ivermectina da Vitamedic saltaram de 24,6 milhões de comprimidos em 2019 para 297,5 milhões em 2020 – (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Jailton Batista, diretor executivo da Vitamedic, presta depoimento nesta quarta-feira

Da Agência Brasil

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado, nesta quarta-feira (11), o diretor executivo da farmacêutica Vitamedic, Jailton Batista, disse que não vendeu nenhum comprimido de ivermectina ao governo federal. A empresa, de Anápolis, é uma das principais produtoras desse medicamento no país, que não comprovação científica no tratamento contra a covid-19.

O diretor da Vitamedic disse aos senadores que patrocinou a veiculação de anúncios nos principais jornais de circulação do país. As peças publicitárias – divulgadas em 16 de fevereiro de 2021 – foram atribuídas ao grupo Médicos pela Vida e defendiam o uso de cloroquina, ivermectina, zinco e vitamina D – substâncias sem eficácia comprovada contra o novo coronavírus. Nas peças, além de se manifestar favoravelmente “à intervenção precoce no tratamento da covid-19”.

Questionado sobre a eficiência da ivermectina no tratamento da covid-19, o diretor executivo da Vitamedic reconheceu que a Merck, primeira fabricante do medicamento, informou em comunicado não haver evidência de que o produto funcione para este fim.

De acordo com relatórios enviados à CPI, apenas as vendas da ivermectina da Vitamedic saltaram de 24,6 milhões de comprimidos em 2019 para 297,5 milhões em 2020 — um crescimento superior a 1.105%. O preço médio da caixa com 500 comprimidos subiu de R$ 73,87 para R$ 240,90 — um incremento de 226%.

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