Prefeitos se reuniram com o governador, com representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Procuradoria de Contas junto ao TCM para tratar do assunto
Por meio virtual, prefeitos da Região Metropolitana de Goiânia (RMG) se reuniram no sábado (6), em dois momentos, para debater as novas medidas que serão adotadas em todos os municípios que integram a RMG a partir desta segunda-feira (8), data em que se encerram os primeiros sete dias de suspensão das atividades não essenciais na capital e nas cidades vizinhas.
Um dos assuntos debatidos foi a paralisação do transporte coletivo na RMG.
Na primeira etapa da reunião, os gestores frisaram que o momento ainda é crucial e insistiram na busca por entendimento entre todos os prefeitos com o Governo de Goiás, o Ministério Público (MP-GO), a Defensoria Pública de Goiás (DP-GO) e o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que foram terminantemente contrários à paralisação do transporte coletivo e cobraram a responsabilidade do setor produtivo em obedecer às regras estabelecidas nos decretos municipais.
O governador Ronaldo Caiado reafirmou a importância de manter as medidas restritivas nas cidades da RMG por mais sete dias. Mas descartou a paralisação do transporte coletivo. “Ao paralisar o serviço, vamos impedir o acesso a diversos outros que também são essenciais, como hospitais, farmácias e estabelecimentos de alimentação. Não podemos dificultar a vida das pessoas”.
O procurador-geral de Justiça de Goiás, Aylton Vechi, também se manifestou contrário à paralisação do transporte coletivo da RMG. Segundo ele, é preciso identificar para onde as pessoas estão indo para verificar a taxa de isolamento, pois vários estabelecimentos estão trabalhando com meia porta. “Se o decreto estivesse sendo cumprido, o transporte poderia estar operando em níveis sustentáveis, sem aglomeração”, alertou.
Assim como MP, a DP e a Procuradoria de Contas junto ao TCM também defenderam a manutenção do transporte coletivo como serviço essencial. “Muitas pessoas utilizam o ônibus público para se deslocar a uma unidade de saúde, ou seja, essa é a única opção de boa parte da população para acessar os serviços essenciais”, afirmou Henrique Pandim, da Procuradoria de Contas junto ao TCM.
Anfitrião da reunião, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, defendeu a prorrogação do decreto e revelou que aumentou a fiscalização nas ruas, com a participação de agentes da Guarda Civil Metropolitana. “Estamos trabalhando e buscando conscientizar os moradores da capital goiana quanto ao cumprimento do decreto”, disse.
Por sua vez, o prefeito de Senador Canedo, Fernando Pellozo, disse que os casos têm avançado demais e que o momento é de alerta. “Parabenizo essa iniciativa e coloco Senador Canedo à disposição para chegarmos em um consenso”.
O prefeito de Trindade, Mardem Junior, contou que a procura por leitos de UTI só tem aumentado no município. “Os casos positivos cresceram 20% em Trindade e já temos pacientes em lista de espera por vagas em leitos de UTI”, comentou.
“Sugiro a prorrogação, bem como o endurecimento das medidas. Essa é a única maneira que vamos conseguir conter o avanço desse vírus. Tem muita gente achando que está nos enganando, mas estão enganando a si mesmos”, comentou o prefeito de Goianira, Carlão da Fox.
O prefeito de Hidrolândia, José Délio, também concordou com a prorrogação e revelou que essa união terá bons frutos. “Vamos vencer, juntos, essa pandemia”, disse.