Darrot se afasta da presidência e Eliane Pinheiro não assume o posto, e partido fica à deriva. Tucanos entram em rota de colisão e candidatos à reeleição já buscam abrigo em outras legendas
Após os resultados nas eleições 2018, o PSDB goiano entrou em parafuso. O prefeito de Trindade, Jânio Darrot, assumiu a presidência da legenda com o propósito de reestruturar o partido. Porém, sua atuação, que é destacada pelos aliados, não conseguiu evitar o esvaziamento do tucanato em Goiás.
Agora, com o seu afastamento, ficou evidente que o PSDB não possui um líder após a era do ex-governador Marconi Perillo. Darrot tentou, conseguiu até certo momento, mas acabou minado dentro da legenda.
O curso natural seria que a ex-deputada estadual Eliane Pinheiro assumisse o posto, porém, a tucana alimenta esperanças de que Darrot repense a decisão e retorne ao comando da legenda, posição que ela não quer assumir.
Outro que apoia o retorno do prefeito de Trindade ao comando da sigla é o deputado estadual Talles Barreto, que lidera a oposição na Assembleia Legislativa. No entanto, Jânio Darrot não se mostra sensibilizado com as declarações.
Inclusive, o ex-governador Marconi Perillo fez intervenção a fim de convencer Darrot, mas até o momento, sem sucesso.
Desgastes internos
Informações apuradas pelo blog Goiás365 dão conta de que o problema se intensificou após os embates de Darrot com a deputada estadual, Lêda Borges, o que culminou na saída do prefeito de Valparaíso da legenda, Pábio Mossoró, rumo ao MDB de Daniel Vilela.
Outro problema que pode ter causado a insatisfação de Darrot seria a negociação firmada pelo ex-governador com o deputado estadual Antônio Gomide (PT), para que o PSDB indicasse o vice na chapa liderada pelo petista em Anápolis.
Não para por aí
O ex-deputado estadual, Jean Carlo, em entrevista à Rádio Silvestre, de Itaberaí, na última semana, publicou em suas redes sociais o trecho da entrevista em que ele diz, “o PSDB virou aquilo que sempre combateu, virou um partido de cúpula, um partido de uma pequena cúpula, de panelinha”, disse o ex-deputado estadual.
“O José Éliton foi um péssimo líder, não deveria ter sido candidato a governador e colocou muita gente em dificuldade. Colocaram um tesoureiro de campanha que tinha seus problemas com a Justiça, tanto é que ele foi preso”, declarou o ex-deputado.
Na publicação nas redes sociais, o ex-prefeito e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Jardel Sebba, que também é filiado ao PSDB, comentou: “Sou obrigado a concordar com vc, amigo. Lamentavelmente”.
Agora nesta segunda-feira, 13, a coluna Giro, de O Popular, publicou a informação de que o vereador por Goiânia, Anselmo Pereira, único representante tucano no Legislativo goianiense também já avalia a saída da legenda para disputar a reeleição na Câmara Municipal da capital. Vale lembrar que a vereadora Dra Cristina Lopes já acertou sua saída do PSDB e está de malas prontas para o PL, partido da deputada federal, Magda Mofatto.
Outro que já busca novo abrigo é o vereador por Aparecida de Goiânia, Ataídes Teixeira, único representante tucano com mandato no município. O parlamentar não pretende ficar no PSDB e já conversa com outras legendas.
Todos esses fatos ocorrendo ao mesmo tempo dão conta de que o partido entrou em parafuso. Algo que pode trazer graves consequências à legenda no segundo semestre, período em que serão disputadas as eleições municipais.
G365