Na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia a realidade se confunde com a fantasia. Quem se lembra da história infantil do Pinóquio, aquele boneco de madeira criado por Gepeto?
Então, no parlamento aparecidense existe um Gepeto e oito Pinóquios. O papel do entalhador é desempenhado pelo presidente da Casa, Vilmar Mariano (MDB), que entalha e molda a seu bel-prazer os oito bonecos que possui na Casa de Leis.
Os bonecos, ao contrário da história, não são nem um pouco inocentes e agem em troca de favores. As famosas negociatas.
Já Vilmar, ciente da coesão de seu grupo, faz manobras e até malabarismos dentro do parlamento para aprovar os projetos que são de seu interesse ou do clã que representa.
Enquanto o Gepeto da vida real entalha e orienta seus bonecos sobre como atuar para conseguir o objetivo em comum, o da ficção agia de maneira errada inocentemente, sempre com o intuito de agradar seu criador. O que também ocorre no parlamento aparecidense, mas sem inocência. Os oito Pinóquios são leais e fazem de tudo para agradar o seu mentor, o presidente.
Mas as principais distinções entre o que ocorre no conto e na realidade é de que Pinóquio perde suas moedas para os vilões. Já os da vida real acumulam a cada dia mais moedas, advindas das negociatas e acordos escusos firmados nas madrugadas aparecidenses.
Enquanto na ficção, quando mentia, Pinóquio tinha o seu órgão responsável pelo olfato aumentado, os Pinóquios da vida real, toda vez que mentem para a população aparecidense e votam em prol de seu clã, têm suas contas bancárias e patrimônios aumentados.
Na história, o final é feliz para os protagonistas. Na vida real, os nove integrantes do grupo têm se dado bem, e muito bem, nos resta saber até quando. G365