Projeto foi lido no plenário, mas pedido de vista do vereador Felipe Cortez retirou a matéria da pauta de votação
O ambiente foi de tensão na sessão ordinária desta terça-feira (13/5) na Câmara Municipal de Aparecia de Goiânia por conta da votação do projeto de lei nº 121/2025, de autoria de Poder Executivo, que atualiza o piso salarial dos professores do município.
Os grevistas ocuparam a galeria da Câmara, protestaram e pressionaram para que o projeto, que já havia sido lido do no plenário, não fosse votado.
A sessão foi suspensa e ocorreu uma reunião entre representantes dos trabalhadores e vereadores. O que parecia ter sido resolvido entre quatro paredes acabou em novo desentendimento no retorno da sessão.
De um lado, a maioria dos trabalhadores em greve não queria a votação do projeto. De outro, vereadores dispostos a votá-lo com apoio de uma pequena parte dos grevistas.
Um dos que queriam a votação era Valdeci Português, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintego) de Aparecida. Ao Goiás 365, ele explicou os motivos.
“A votação não decreta o fim da greve porque tem o retroativo que a gente quer que seja pago, concurso público e que o prefeito apesente um cronograma de pagamento das progressões verticais e horizontais, da titularidade. Só depois disso pode ser o fim da greve”.
Professora da rede municipal, Solange Amorim defendeu a suspensão da matéria. Ela disse que a aprovação do projeto do jeito que está não recupera o salário do professor. “Se a gente falar apenas de piso, ele está 24,52% abaixo do piso porque ficamos sem 5% de reajuste em 2025, 13,24% em 2022 e agora 6,27%. Somando tudo dá 24,52%”.
Diante do impasse e da tensão, o vereador Felipe Cortez pediu vista do projeto, que foi retirado da pauta de votação.
Da tribuna, o vereador justificou o pedido de vista lendo um informativo relatando os problemas na área e as reivindicações da categoria. “Todos que estão aqui neste plenário tiveram um professor ou uma professora para o saber. Devemos respeitá-los e garantir o direito deles porque aqui é questão de direito e não de favor”, declarou.
Necessidade de aprovação
Presidente da Comissão de Educação da Câmara, o vereador Professor Clusemar alertou para a necessidade de aprovação da matéria ainda esta semana.
“O vereador está no direito dele de pedir vista, mas acredito que no máximo na quinta-feira (15/5) esse projeto precisa ser votado porque, se não, a categoria infelizmente não vai receber [o piso] ainda este mês”.
Quanto às reivindicações da categoria, o vereador Professor Clusemar disse que é preciso manter canal de diálogo aberto para que as pendências sejam resolvidas.
Felipe Cortez deve devolver o projeto para votação no plenário nesta quarta-feira (14/5).
Alguns vereadores ouvidos pelo Goiás 365 declararam que a matéria deve ser votada e aprovada logo após a devolução para por fim à tensão na Câmara Municipal.