Iamspe realiza exposição fotográfica itinerante “A gente cuida um do outro”

O Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) realiza exposição fotográfica com imagens dos profissionais da enfermagem do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), que contraíram a Covid-19 e, quando hospitalizados, ficaram sob os cuidados dos seus próprios colegas de trabalho. A exposição itinerante com o tema “A gente cuida um do outro” passará pelas estações próximas ao complexo hospitalar do Iamspe entre os dias 3 e 31 de maio na AACD – Servidor e entre 1º e 30 de junho na estação Santa Cruz.

As imagens registradas pelo fotógrafo Mario Castello representam, acima de tudo, a celebração da vitória desses profissionais contra o novo coronavírus. Todos que participaram da ação estão vacinados contra a Covid-19 e utilizam máscara cirúrgica de acordo com os protocolos sanitários. Cada imagem será acompanhada por legenda e QRCode com áudios contendo os relatos do período da internação, com o objetivo de traduzir o sentimento e a emoção compartilhada dentro da UTIs e enfermarias do HSPE durante a pandemia.

“As equipes de enfermagem ficaram mais unidas durante a pandemia. Poder mostrar a união entre os profissionais de saúde que contraíram Covid-19 e estão recuperados nos emociona e é motivo de muita celebração. Toda essa vivência traz reflexões sobre como a enfermagem impacta a vida dos pacientes e também o convívio diário com os colegas”, diz Amanda Ornelas, gerente de enfermagem do HSPE.

SERVIÇO:
Estação AACD – Servidor
Período: de 3/5/2021 a 31/5/2021
Local: Rua Pedro de Toledo, 1601 – Indianópolis
Horário de visitação: 4h40 a 00h 

Estação Santa Cruz
Período: de 1/6/2021 a 30/6/2021
Local: Rua Domingos de Morais, 2.564 – Vila Mariana
Horário de visitação: 4h40 a 00h16

Confira um breve relato das histórias dos profissionais da enfermagem que participaram da ação: 

Norma Andrade, 71 anos, auxiliar de serviços há 33 anos no HSPE. Ficou seis dias internada, sendo que cinco na UTI (não foi intubada) (21/06/2020). O enfermeiro Dinailson de Souza, 40, disse que foi ele quem recebeu a primeira mensagem de Norma dizendo que não estava se sentindo bem. Ele fez a ponte com a família passando diariamente as informações sobre o quadro clínico durante a internação. Relatou sentir muito medo de perder a amiga de profissão. A enfermeira Graziela Ferreira de Souza, 43, conta que dona Norma é como se fosse sua segunda mãe. Sempre estava por perto no leito para perguntar e saber como ela estava. Depois dos momentos de tensão, hoje riem lembrando que ela sempre pedia um “cafezinho” e ficou muito feliz quando conseguiu. Norma recebeu alta com cartaz produzido pelo amigo Dinailson. Na saída, foi aplaudida por membros da diretoria do HSPE. “Eu não sabia que no Hospital tantas pessoas gostavam de mim. Não esperava todo esse carinho”, conta dona Norma.

Aluizio Thome tem 52 anos, é enfermeiro há 30, sendo 15 anos no HSPE. Aluízio ficou internado durante 23 dias (sendo 11 dias intubado). O enfermeiro conta que não se recorda de muita coisa do período de internação, mas relata que esteve a todo o momento muito confiante, pois acreditava que seria bem cuidado. A enfermeira Tatiane Pinheiro, 40 anos, comenta que teve muita empatia pelo colega quando soube do quadro clínico de Aluizio e que durante as rápidas visitas conversava com ele oferecendo-lhe palavras de carinho, conforto e fé. A pedido do próprio Aluizio, Tatiane foi a ponte entre os demais colegas e a família. A técnica de enfermagem Gisele Faria Alonso, 41 anos, comenta que ficou desesperada ao saber que o resultado da tomografia, devido ao agravamento da Covid-19, apontou que os pulmões de Aluizio estavam agora 95% comprometidos. “Naquele momento, imaginamos que podíamos perder o Aluizio”. Gisele conta que sentia impotência diante da situação, mesmo sabendo que ela e os demais colegas estavam fazendo o possível para zelar pela vida de Aluizio. Hoje, extremamente agradecido pelo cuidado e apoio de todos, o enfermeiro comenta que um dos seus maiores desejos quando tudo passar é poder abraçar os colegas que o apoiou e festejar a vida.

Felipe Menten da Costa tem 32 anos, é técnico de enfermagem há 7, sendo 6 anos no HSPE. Felipe relata que se sentiu muito mal em casa e procurou o HSPE para o primeiro atendimento devido sua saturação baixa. No mesmo dia, o informaram que ele precisava ser internado. O enfermeiro relata que permaneceu na enfermaria do HSPE durante 7 dias (não precisou de intubação) e que durante esse período sentiu medo de não mais ver a filha de 8 anos, sua mãe, seus colegas de profissão e seus animais de estimação. “Eu nunca tive medo na vida, mas dessa vez [durante a internação] eu tive”, diz. Felipe conta ainda que a visita de seus colegas e as orações que fazia ainda no leito da enfermaria foi o que o ajudou a vencer a doença. Margarida Oliveira de Magalhães, 53 anos, enfermeira no HSPE, comenta que brincava muito com o Felipe, falava coisas engraçadas para ele no intuito de tranquilizá-lo, mesmo que naquele momento o sentimento era de preocupação. “Eu ficava de olho nele, preocupada, cuidando para que o quadro clínico dele não piorasse”. Para a técnica de enfermagem Luzemy Barbosa, 47 anos, o ano de 2020 foi medo. Isso porque, Luzemy teve sua mãe internada e em seguida Felipe, um colega muito querido para ela, o qual ela tinha medo de perdê-lo. “Eu agradeço a Deus todo dia pela recuperação dele”, diz.

Ana Maria Ramos Otaviano tem 69 anos, é auxiliar de enfermagem há 35, sendo 18 anos no HSPE. Ana Maria conta que foi encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) logo após receber o resultado da tomografia, que indicou gravidade no seu caso. Lá a auxiliar de enfermagem permaneceu internada por 84 dias. “Eu tive medo de morrer. Era tanta coisa que a gente ouvia dizer [sobre a covid-19]”, relata. Ana Maria comenta que não se lembra de nada do que aconteceu durante o período em que ficou na intubação, exceto pela lembrança de conversar com alguém da sua família (mais tarde os colegas contaram a ela que a conversa aconteceu via telefone celular). Ana Maria comenta ainda que, já na enfermaria, recebia visitas de vários colegas e isso a confortava. Jefferson Rodrigues da Silva, 49 anos, é auxiliar de enfermagem no HSPE, relata que foi difícil ver Ana Maria naquele estado, sem forças. Segundo ele, a colega de profissão é sempre muito sorridente, transmite luz e faz a diferença por onde passa. Emocionada, a enfermeira Sandra Bomfim da Cruz, 44 anos, relata ter sentido tristeza e medo ao saber da notícia da internação de Ana Maria. “Eu percebia que em alguns dias ela piorava e isso me dava medo de perdê-la”, comenta.

Sobre o Iamspe 

O Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe) é o sistema de saúde do servidor público estadual. Com uma rede de assistência própria e credenciada presente em mais de 100 municípios, o Iamspe oferece atendimento a 1,3 milhão de pessoas, entre funcionários públicos estaduais e seus dependentes.

São mais de duas mil opções de atendimento no Estado, incluindo hospitais, clínicas de fisioterapia, médicos e laboratórios de análises clínicas e de imagem, além de postos de atendimentos próprios no interior, os Ceamas, e o Hospital do Servidor Público Estadual, na Capital. O Iamspe é um órgão do Governo do Estado de São Paulo, vinculado à Secretaria de Projetos, Orçamento e Gestão.

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