Licitações fraudadas resultaram em mais de R$ 15 milhões em gastos públicos, informa o Ministério Público
O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), com o apoio das Polícias Civil e Militar do Estado de Goiás, deflagrou nesta quinta-feira (6) a Operação Escola Régia 2 com a finalidade de apurar a existência de organização criminosa especializada em fraude em licitações no transporte escolar. As licitações fraudadas resultaram em mais de R$ 15 milhões em gastos públicos.
Estão sendo cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em empresas, nas prefeituras de Abadiânia e Alexânia, em residências de servidores públicos suspeitos de receberem dinheiro indevidamente, de pessoas que cederam seus nomes para constituição das empresas (laranjas) e dos suspeitos de representarem as pessoas jurídicas nos certames fraudados. Os municípios abarcados foram Goiânia, Anápolis, Abadiânia, Alexânia, Terezópolis de Goiás e Uirapuru.
O prefeito de Abadiânia, Zé Diniz (Progressistas), declarou ao Goiás 365 por telefone que essa investigação é antiga (2017) e que sempre colaborou com o Ministério Público em todos os pedidos de informações solicitados pelo órgão.
Ele alegou que não há irregularidade na sua gestão. “Estamos tranquilos com relação a isso”, afirmou.
A reportagem do Goiás 365 não conseguiu falar com o prefeito de Alexânia, Allysson Silva Lima (Progressistas), nem com sua assessoria. Os telefonemas (números fixos) não foram atendidos.
O espaço segue aberto para manifestação.
O grupo
Em julho de 2017 foram cumpridos diversos mandados de prisão e de busca e apreensão para desarticular organização criminosa que utilizava empresas para fraudar licitações no Estado de Goiás. Porém, em setembro daquele ano, o grupo se rearticulou e, por meio de “laranjas”, assumiu a administração de uma pseudo-cooperativa de transportes.
Ainda em setembro de 2017, a organização criou uma segunda empresa de transportes em nome de laranja. Já em novembro do mesmo ano, o grupo assumiu o comando de uma terceira empresa de transportes e, em março de 2018, outro laranja foi colocado como pseudo-proprietário de uma quarta empresa.
Ainda segundo o Ministério Público, as empresas recém-criadas passaram, então, a concorrer entre si para vencer licitações em diversos municípios do Estado de Goiás, tendo recebido R$ 15.859.547,60 dos cofres públicos entre 2017 e 2022.