Sociedade Brasileira de Infectologia reforça que não há eficácia comprovada no uso dos medicamentos citados no tratamento precoce
O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) emitiu uma nota técnica em que defende o tratamento precoce contra a Covid-19 à base de hidroxicloroquina e ivermectina. O documento é assinado pelos médicos infectologistas Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves, pela biomédica Rute Alves Pereira e Costa; e pelo psicólogo Bruno Campello de Souza.
O documento, que possui 117 páginas, foi encaminhado para órgãos e instituições que atuam no combate à pandemia provocada pela Covid-19. De acordo com a nota técnica, existem evidências científicas que demonstram eficácia do uso desses medicamentos no tratamento contra a enfermidade.
“Em geral, no momento de se fazer recomendações terapêuticas, há uma tendência natural a se favorecer a inclusão de estudos formalmente publicados em periódicos médicos que utilizem processo de revisão por pares. No entanto, tem se tornado cada vez mais comum os estudos preprints, que são manuscritos depositados em servidores web que comunicam resultados de pesquisa com acesso aberto”, diz trecho do documento.
Sem eficácia comprovada
De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o uso de medicamentos mencionados no tratamento precoce não mostraram, até o momento, eficácia contra a Covid-19 e alguns dele podem provocar efeitos colaterais. Os medicamentos citados pela SBI são: cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal e dióxido de cloro.