Estudo apronta que a pessoa obesa está mais suscetível a evoluir para quadros graves da doença
O Ministério da Saúde divulgou boletim, na semana passada, sobre o novo coronavírus e apontou uma tendência: além da obesidade ser um fator de risco para o COVID-19 – por diminuir a imunidade do indivíduo e aumentar o risco do agravamento da contaminação -, a doença está mais presente nos óbitos de jovens que os de idosos. É a única comorbidade em que isso acontece. Nas duas primeiras doenças mais comuns entre todas as mortes (problemas cardíacos e diabetes), a maioria das vítimas fatais têm mais de 60 anos.
Nesse cenário, o médico gastroenterologista e presidente da Sociedade Goiana de Gastroenterologia, Luiz Henrique de Sousa Filho, alerta que a obesidade também deve ser tratada com cautela em meio ao surto atual.
Estudos realizados até aqui e propagados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que pessoas com mais de 60 anos compõem um dos principais grupos de risco para o novo coronavírus. Além delas, portadores de doenças crônicas como doenças cardíacas, diabetes, hipertensão e asma também são mais vulneráveis aos quadros mais graves da doença.
Fator de risco
A pessoa obesa está mais suscetível a evoluir para quadros graves do novo coronavírus, pois a obesidade age como fator de diminuição da defesa. Diante disso, com o sistema imunológico debilitado, essa pessoa não estaria apenas mais vulnerável à contaminação, mas também à evolução da doença. “O indivíduo acima do peso é imunossuprimido. Uma vez adquirida essa infecção, sabemos que os obesos podem apresentar o agravamento do quadro mais facilmente: pneumonia causada pelo coronavírus, com necessidade de internação em UTI e ventilação mecânica”, alerta o gastroenterologista.
Cuidados
Tendo a obesidade como um fator de risco comprovado cientificamente, Dr. Luiz recomenda atenção especial a essas pessoas. Mais do que isso, ele ressalta que as circunstâncias do isolamento social que o momento exige são um obstáculo extra para quem precisa observar seu peso, por dois motivos: ansiedade e consumo de alimentos calóricos sem exercício físico.
O aumento da preocupaçãofrente a uma situação sem precedentes para as gerações atuais nas pessoas obesas ou com sobrepeso isso tem um significado ainda maior. “Muitas vezes, elas acabam descontando a ansiedade, expectativa e nervosismo na alimentação, como uma forma de se acalmarem. E o aumento na ingestão de alimentos mais calóricos, como doces e chocolates ou mesmo de bebidas alcoólicas, se soma ao fechamento temporário de academias e outros locais de grande aglomeração de pessoas para achatar a curva de contágio”, explica o especialista. Nesse cenário, é possível buscar orientações profissionais na internet. “Em muitos casos as pessoas ficam restritas às suas casas, mas não podem deixar de praticar atividade física por causa disso. Existem vários exercícios que podem ser feitos em casa, como abdominal, polichinelo, flexão, etc. Há também vários educadores físicos, profissionais e especialistas orientando gratuitamente através de lives quais exercícios podem ser praticados com segurança”, finaliza.