Polícia Civil aponta que irregularidades foram cometidas nos anos de 2023 e 2024 em serviços de reforma e manutenção de 26 prédios públicos
A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), deflagrou, nesta terça-feira (28/01), a operação “Obra Simulada”, que apura diversos crimes praticados na formalização e execução de um contrato Administrativo celebrado entre a Agência Goiana de Infraestrutura e Transporte (GOINFRA) e uma empresa privada sediada no Distrito Federal, nos anos de 2023 e 2024.
A contratação foi de serviços de reforma e manutenção de 26 prédios públicos no Estado de Goiás, no valor total de quase R$ 28 milhões. Dentre as obras estão aeródromos, postos da Polícia Rodoviária Militar Estadual, instalações no Palácio Pedro Ludovico Teixeira e instalações na sede da própria Goinfra.
Ao todo, foram cumpridos pela DECCOR, 114 mandados judiciais, sendo: 32 mandados de afastamentos de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático; 26 mandados de bloqueios de bens e valores; sete mandados de proibição de frequência a determinados lugares; 10 mandados de proibição de contratar com o poder público (de empresas envolvidas); 24 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de prisão temporária em Goiânia, Anápolis e no Distrito Federal.
Conforme a PC, as investigações evidenciaram que a empresa contratada obteve diversos pagamentos irregulares antecipados, sem que as obras ou serviços fossem suficientemente realizados para justificar os pagamentos, além de fortes indícios de superfaturamento nas intervenções.
De acordo com as investigações, o prejuízos estimado é na ordem de mais de R$ 10 milhões, estando excluído deste valor o dispêndio que o Estado ainda terá para reconstruir as estruturas que foram demolidas, mas não reerguidas pela empresa contratada.
A investigação aponta sobre um provável esquema de avocação premeditada de procedimentos de contratação, contra disposição legal ou regulamentar, com a finalidade de beneficiar empresas contratadas e os agentes públicos ora investigados.
Verificou-se também fortes evidências de lavagem de dinheiro, pois o fluxo financeiro do numerário, irregularmente obtido pelos pagamentos antecipados à empresa contratada, convergia para outras empresas sediadas no Distrito Federal, todas ligadas a familiares e amigos do “sócio oculto” da empresa contratada, além de diversos saques realizados diretamente na “boca do caixa”, logo depois da realização dos pagamentos irregulares.
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