Denúncia do Ministério Público na Operação Vendilhões é recebida pela Justiça. Outras 17 pessoas também foram denunciadas
Denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foi recebida pela juíza Placidina Pires, da Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores, no âmbito da Operação Vendilhões.
A magistrada determinou a citação das 18 pessoas denunciadas: padre Robson de Oliveira Pereira, Rouane Carolina Azevedo Martins, Gustavo Leonardo Naciff do Nascimento, Anderson Reiner Fernandes, Celestina Celis Bueno, Adrianne de Oliveira Pereira, Rodrigo Luis Mendoza Martins Araújo, Onivaldo Oliveira Cabriny Costa Júnior, Gleysson Cabriny de Almeida Costa, Bráulio Cabriny de Almeida Costa, José Pereira César, Paulo César Campos Corrêa, Ana Verônica Mendoza Martins, Anderson Mateus Reiner Fernandes, José Celso Pereira, Elice de Oliveira Pereira, Jeferson de Oliveira Pereira e Joselice de Oliveira Pereira Carvalho.
Segundo o promotor de Justiça Sandro Henrique Silva Halfeld Barros, o recebimento da denúncia implica alteração de status. “O que era investigação agora passa a ser processo. Agora, os investigados passam a ser réus. Existem outros crimes em investigação e serão oferecidas novas denúncias sobre outros fatos que continuam ainda em investigação”, afirmou.
As investigações realizadas pelo Gaeco apontaram fortes indícios a respeito da existência de uma organização criminosa, bastante estruturada e caracterizada pela divisão de tarefas, em atuação nas cidades de Goiânia, Trindade e outros municípios goianos, voltada para a prática de crimes de apropriação indébita, lavagem de capitais e falsidade ideológica em desproveito das Associações Filho de Pai Eterno (Afipes).
Segundo a denúncia, o líder do suposto grupo criminoso possivelmente seria o padre Robson de Oliveira Pereira, que, no ano de 2004, organizou a criação da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), inicialmente com o propósito de expandir e divulgar o trabalho evangelização da Igreja Católica, mais precisamente, do Divino Pai Eterno.
No mês de março de 2008, segundo os promotores de Justiça do Gaeco, foi constituída a Associação Filhos do Pai Eterno e Perpétuo Socorro e, no mês de maio de 2009, a Associação Filhos do Pai Eterno, todas utilizando o nome de fantasia Afipe.
As investigações indicaram que a constituição destas últimas associações não passou de uma manobra utilizada pelo padre Robson de Oliveira Pereira para ocultar dos demais associados e diretores da entidade religiosa parte do patrimônio obtido pela Afipe, que era colocado em nome das novas entidades criadas sem o conhecimento daqueles.