Valdete Pereira Zanco responderá pelos crimes de denunciação caluniosa e por provocar tumulto
Da Agência Brasil
A mulher que divulgou vídeos falsos afirmando que, em Belo Horizonte, caixões estavam sendo enterrados vazios ou com pedras no lugar de corpos de vítimas da Covid-19 para superdimensionar o número de óbitos pela doença no estado foi indiciada nesta segunda-feira (24), pela Polícia Civil. A investigação durou cerca de três meses.
Valdete Pereira Zanco vai responder pelos crimes de denunciação caluniosa, que prevê pena de 2 a 8 anos de prisão, e por provocar pânico ou tumulto, contravenção penal cuja punição pode variar de 15 dias a 6 meses de reclusão.
No vídeo que divulgou pelas redes sociais, Valdete acusava a prefeitura de Belo Horizonte de estar a par dos falsos sepultamentos.
“Aqui, em Minas, está acontecendo um caso muito engraçado. Principalmente lá em BH”, diz a mulher, criticando o prefeito Alexandre Kalil e políticos em geral. “Estão enterrando um monte de gente com coronavírus. Aí, o que aconteceu? Mandaram ir lá e arrancar todos os caixões para fazer o exame para ver se é coronavírus mesmo. Sabe o que tem dentro do caixão? Pedra e madeira”, dizia Valdete.
Após o desmentido da prefeitura de Belo Horizonte e o anúncio de que a Polícia Civil investigaria a autoria da gravação, Valdete divulgou um segundo vídeo no qual pedia desculpas e afirmava que não tinha a intenção de espalhar mentiras. “Estou arrependida, muito triste. Sofri bastante com tudo o que aconteceu e estou aqui para pedir desculpa e perdão”, diz ela em um trecho do vídeo.
Ao se espalhar pelas redes sociais, o primeiro vídeo divulgado por Valdete contribuiu para desacreditar as notícias iniciais a respeito da letalidade da doença que, até o dia 2 de maio, já tinha matado 6.750 pessoas em todo o país – neste domingo (23), o país registrou um total de 114.744 mortes confirmadas pela Covid-19.