PF investiga uso indevido de armamento por agentes da GCM de Aparecida

Na operação, a PF apreendeu pastas contendo as fichas de 40 guardas municipais para investigar a situação de cada um – (Foto: Reprodução)

Prefeitura informou que não houve operação e sim uma “fiscalização rotineira” realizada pela Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) realizou na quinta-feira da semana passada (23) uma operação “pente fino” na sede do quartel da Guarda Civil de Aparecida de Goiânia para investigar denúncias, entre elas, de irregularidades no porte de arma na Corporação.

Ao Goiás365 um guarda municipal (GCM), que pediu anonimato “para não ser perseguido”, informou que há dezenas de guardas respondendo a crimes violentos, como homicídio e feminicídio, e outros com problemas psicológicos que continuam trabalhando e utilizando armas normalmente. “Todos eles com as armas da Corporação e com a ficha limpa, como se nada tivesse acontecido”, declarou.

Na operação, a PF apreendeu pastas contendo as fichas de 40 guardas municipais para investigar a situação de cada um.

O presidente do Sindicato dos Guardas Civis Municipais do Estado de Goiás (SindGuardas-GO), Ronaldo Ferreira Egídio, divulgou um áudio na WhatsApp em que comenta o ocorrido. “Eu não sei quem são os 40 nomes, pode ser eu, pode ser qualquer um. A gestão divulgou? Foi transparente com a gente? Não! Tá tudo escondido. Ninguém fala nada. Aí fala assim: Talvez vá suspender o porte de todo mundo. Se for suspender o porte de todo mundo, foi incompetência da nossa gestão da Guarda”, diz ele.

Ofício

Ronaldo Ferreira Egídio enviou neste domingo (26) ofício à superintendente da Polícia Federal em Goiás, delegada Marcela Rodrigues de Siqueira, solicitando esclarecimentos e transparência sobre a operação e se colocando à disposição para ajudar nas investigações.

“Enquanto representante sindical, seja qual for à natureza do processo investigativo, nosso depoimento pode ser de grande valia na busca da verdade real de fatos que possam envolver membros da Corporação”, disse no ofício enviado à delegada da PF.

O presidente do SindGuardas também emitiu nota pública neste domingo em nome do sindicato informando que pediu esclarecimentos da PF já que a operação está sendo realizada sob sigilo. “Assim que obtivermos resposta ao citado expediente, informaremos aos nossos representados”, diz ele na nota.

“Se tiver coisa irregular, que paguem os culpados”, disse Ronaldo Ferreira Egídio ao Goiás365.

Progressões

Além disso, há outra denúncia contra o comando da Guarda de Aparecida que está incomodando os membros da Corporação. Segundo o GCM ouvido pelo Goiás365 estão sendo realizadas progressões de Guarda Civil Municipal de Classe I para Guarda Civil Municipal Inspetor de Classe III sem ser observado o interstício de 4 anos de efetivo exercício na respectiva classe, como prevê o art. 20 da Lei Complementar Nº 111/2015. “Isso vem acontecendo desde o governo do Gustavo Mendanha e nem o comandante Weber Júnior e nem o secretário de Segurança Pública, Roberto Cândido, fazem nada para impedir essa irregularidade”, disse o GCM.

Posicionamento

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia, informou, por meio de nota, que não houve operação e sim uma “fiscalização rotineira” na sede da Corporação. Disse ainda que esse tipo de procedimento é “comum”.

“O comando da Guarda Civil de Aparecida afirma que não houve operação da PF na corporação, e sim uma fiscalização rotineira no sentido de averiguar a regularidade do porte de arma. O órgão garante que esse tipo de procedimento é comum e que está sempre a disposição para quaisquer esclarecimentos e transparência da regularidade e funcionamento do serviço de segurança municipal.”

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