Polícia e MP investigam atuação de gestores da Saúde

Denúncias de irregularidades envolvem negócios no Pará, Goiás, Tocantins e São Paulo

Uma equipe de investigadores de São Paulo esteve em Goiânia essa semana levantando dados sobre operações de dirigentes de Organizações Sociais da saúde e suas atuações em unidades do Pará, Tocantins e Goiás, antes de cumprir o mesmo serviço em São Paulo. As denúncias chegadas ao Ministério Público e à Polícia Civil dão conta de atos de “contratos direcionados e superfaturados, cobrança de propina de fornecedores e prestadores de serviço”.

Há dirigentes de Organizações Sociais e gestores de unidades da saúde em Goiás que se tornaram profissionais do ramo, e já passaram por várias instituições, deixando um rastro de malversação de dinheiro público e por isso se tornaram alvo de investigações. 

“Temos o roteiro completo deixado por pessoas ligadas a essas Organizações Sociais e seus atos por todos os hospitais por onde passaram. Temos rastreamento de dinheiro, depoimentos de testemunhas e farta documentação para embasar possíveis ações do Ministério Público e da Polícia”, explicou um dos investigadores de São Paulo.

Um desses alvos foi um dirigente de uma OS que teve atuação destacada no imbróglio que culminou em uma ação da Polícia Federal do Tocantins investigando o contrato de gestão na UPA de Araguaína. A Operação Dèja Vu revelou desvios de R$ 7 milhões na prestação e serviços terceirizados e esse indivíduo era diretor da OS. Posteriormente ele tentou fazer parte de um grupo que ambicionava um hospital em Trindade e foi neutralizado. 

Esse investigador conta que o rastreamento comprovou atuação desse mesmo dirigente em um Hospital de Campanha, no Pará, em um contrato da OS, que tinha sede em Goiânia. “Lá teve muita coisa atrapalhada que juntamos como prova”. Essa OS foi alvo de duas operações da Polícia Federal que redundou em prisões preventivas e bloqueio de bens.

Após o episódio no Pará, esse dirigente foi para Campos do Jordão, cidade do interior paulista, dirigir um Centro de Covid-19 e também deixou seu rastro de atividades suspeitas. 

“Além desse indivíduo há outros envolvidos no mesmo modus operandi que tivemos acesso. São de Goiás, conhecem o esquema das Organizações Sociais e não se intimidam de mexer em recursos públicos de forma pouco republicana”, frisa um policial paulista. 

Os investigadores voltaram pra São Paulo com fotos, filmagens, documentos e depoimentos de quem conhece os casos para instruir as próximas ações que serão pleiteadas na Justiça.

Total
0
Shares
Related Posts