Investigação sobre estuprador em série feita em Goiás é reconhecida internacionalmente

A investigação que chocou o Brasil também chamou a atenção de especialistas no mundo inteiro. Os meios utilizados pelos peritos de Goiás para confirmar as vítimas de Wellington Ribeiro da Silva, 52 anos, considerado o maior estuprador em série da história do Estado, e um dos maiores do País, foram destaques durante o 25º Internacional Codis Conference. O evento foi realizado nos Estados Unidos e reuniu usuários do Programa de Bancos de Perfis Genéticos que é utilizado por 50 países, incluindo o Brasil. A quantidade de vítimas confirmadas por meio de coincidências do confronto genético, o que os peritos chamam de “match”, foi destaque durante o evento.
Outro ponto que chamou a atenção dos participantes do 25º Internacional Codis Conference foi o crescimento do Banco de Perfis Genéticos da Superintendência de Polícia Técnico Científica de Goiás: quase 1000% em dois anos. Atualmente, conforme o último Relatório Semestral da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Goiás é o terceiro Estado do País em número de perfis genéticos e o primeiro em número de “matches”. “Goiás está na vanguarda das investigações criminais envolvendo análises de DNA. Estamos lado a lado com as melhores instituições do mundo, como o próprio FBI, por exemplo”, explica a administradora do Banco de Perfis Genéticos da SPTC, Mariana Flávia da Mota.
Wellington Ribeiro da Silva foi preso suspeito de abusar sexualmente de cerca de 50 mulheres, em Goiás. Até o momento, 30 casos já foram confirmados, sendo que a comprovação via DNA foi feita em 24 vítimas. A ação que culminou na prisão de Wellington foi um trabalho realizado por meio de integração da Polícia Civil e da Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC). A prisão do maior estuprador em série do Estado e um dos maiores do Brasil, em setembro deste ano, foi noticiada em rede nacional. Para chegar ao criminoso, vestígios coletados nas vítimas foram inseridos no banco genético. Depois de algum tempo, novas vítimas compatíveis apareceram.

Recordes em prisões

Diversas operações para coibir a violência contra mulheres foram realizadas pelas forças policiais em 2019. Em agosto, a Polícia Civil prendeu 151 suspeitos de abusos sexuais. Entre os envolvidos, foram detidos homens que abusaram de esposas, namoradas, filhos, enteados e netos. A operação, denominada Violare, durou quase uma semana e contou com a participação de quase 900 policiais.
Já em novembro, durante três dias, a Polícia Civil prendeu 80 suspeitos de crimes contra mulheres, como agressão e feminicídio. As prisões fizeram parte da Operação Marias, que mobilizou 514 policiais e 292 viaturas de todas as Delegacias Especializadas no Atendimento às Mulheres (Deams). É importante destacar que, durante todo o ano, as Deams foram responsáveis por solucionar diversos casos de crime contra mulheres em todo o Estado.

Tecnologia

Todas as forças policiais tiveram ainda mais apoio do governo nas ações de combate à violência contra mulheres em 2019. Diversas medidas foram adotadas ao longo do ano. Entre as principais, a inauguração da Sala Lilás, que funciona no âmbito da Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC), já ofereceu atendimento humanizado para quase 80 mulheres vítimas de violência, desde que foi inaugurada, em novembro. Recentemente, também foi lançado o Alerta Maria da Penha, dentro do aplicativo Goiás Seguro, que permite que qualquer pessoa acione a Polícia Militar para ajudar mulheres vítimas de agressão.

Capacitação

Na atual gestão do Governo de Goiás, os servidores de todas as forças policiais iniciaram um curso de capacitação com foco no atendimento inicial às mulheres vítimas de violência. Dessa forma, policiais civis e militares, bem como integrantes da SPTC, estão mais preparados para prestar serviços mais eficientes no atendimento a esse tipo de demanda. Na capacitação, eles também foram treinados para o correto preenchimento do Formulário Nacional de Avaliação de Riscos, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
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