Eles são acusados pelo Ministério Público de assassinato, com a qualificadora de emprego de recurso que dificultou a defesa das vítimas, em Cavalcante, no Nordeste Goiano
O Ministério Público de Goiás (MPGO), por intermédio da Promotoria de Justiça de Cavalcante e do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (NCAP), denunciou os policiais militares Aguimar Prado de Morais (sargento), Mivaldo José Toledo (sargento), Jean Roberto Carneiro dos Santos (cabo), Welborney Kristiano Lopes dos Santos (soldado), Luís César Mascarenhas Rodrigues (cabo), Eustáquio Henrique do Nascimento (soldado) e Ítallo Vinícius Rodrigues de Almeida (soldado), pelo homicídio de quatro pessoas na zona rural de Cavalcante. Eles foram denunciados por homicídio, com a qualificadora de emprego de recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Os policiais militares são lotados no 14º Batalhão da Polícia Militar do Estado de Goiás, em Niquelândia, e compunham o Grupo de Patrulhamento Tático (GPT). Eles foram denunciados pelas mortes de Alan Pereira Soares, Ozanir Batista da Silva, Antônio Fernandes da Cunha e Salviano Souza Conceição, em 20 de janeiro deste ano.
A denúncia narra que, sob o argumento de que haviam recebido denúncia sobre uma plantação de maconha na região, foram de Niquelândia a Cavalcante em dois veículos policiais. Durante as diligências, teriam chegado até a propriedade de Salviano, onde encontraram uma espingarda.
Em seguida, detalha a peça acusatória, depois de tentar obrigar uma testemunha a deixar o local e se dirigirem a uma propriedade vizinha, retornaram ao imóvel, onde encontraram as quatro vítimas. “Os policiais militares, apesar de as vítimas já estarem subjugadas e incapazes de qualquer reação, começaram a efetuar diversos disparos de arma de fogo contra elas, impossibilitando, assim, qualquer chance de defesa por parte destas”, afirmam os promotores de Justiça que assinam a denúncia.
De acordo com a denúncia, uma das vítimas foi atingida quando já estava caída ao chão, uma vez que o laudo de perícia criminal de local de morte violenta apontou um orifício de solo, com maior concentração de sangue, onde foi encontrado um projétil de arma de fogo. Também foi apurado que os policiais permaneceram no local por cerca de uma hora e queimaram vegetação, para destruir a prova de que lá não havia plantação de maconha do tamanho que informaram – foram encontrados vestígios de quatro pés da planta.
Os PMs também recolheram a quase totalidade das cápsulas deflagradas e levaram as vítimas para o Hospital Municipal de Colinas do Sul já sem vida, afirmam os promotores de Justiça. (Assessoria de Comunicação Social do MPGO)