Governador critica casos de jovens que receberam imunizante sem estar no embate direto com a pandemia. Ele confirma chegada de novas doses da Coronavac ao Estado
“Minha determinação, como governador e médico, é que as vacinas contra a Covid-19 que chegarem a partir de agora sejam para pessoas acima de 80 anos de idade. Terminou, baixamos para 70 anos. Depois, 60. Essa é a regra que vamos impor no Estado”, anunciou nesta sexta-feira (05) o governador Ronaldo Caiado (DEM). Em live transmitida ao vivo nas redes sociais, ele argumentou que a estratégia tem como objetivo proteger a população mais vulnerável ao novo coronavírus e, ao mesmo tempo, “diminuir o número de pessoas que vão para as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs)”.
“Você vê que tem pessoas jovens recebendo vacinas e que não estão no embate direto [da pandemia]. Deixarmos nossos goianos de 80 anos acima aguardando não é lógico. A maior incidência de óbitos e complicações que temos é em pessoas acima de 60 anos de idade, principalmente os acima de 80 anos de idade. Esse é um caso grave e que nós temos que tomar providência”, refletiu.
A nova diretriz foi revelada em meio ao anúncio de que Goiás recebe do governo federal, ainda nesta sexta-feira, mais uma remessa da Coronavac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. “Todo o pessoal que estava na linha de frente [do combate à pandemia] já foi vacinado. Agora a prioridade é só quem tem mais de 80 anos”, afirmou sobre o destino das novas doses. O Estado aguarda um parecer do Ministério da Saúde a respeito da quantidade de imunizantes a serem enviados.
Na live, o governador contou como foi a videoconferência com o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, ocorrida nesta manhã. Na ocasião, Caiado e outros líderes que participam do Fórum de Governadores solicitaram à China o envio de mais insumos para a produção de vacinas contra a Covid-19 em território brasileiro. “Dissemos a ele da necessidade de termos o mais rápido possível [o acesso às vacinas]”, afirmou.
Caiado explicou que a proposta oferecida ao embaixador é bilateral, mas com capacidade para beneficiar várias nações. A ideia é que o Brasil ofereça sua grande capacidade de produção – que pode chegar a 1,5 milhão de vacinas por dia, a partir das empreitadas dos laboratórios da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto Butantan –, mas também tenha prioridade no uso das doses.
“No momento em que eles [os chineses] nos ajudarem nesse volume de insumos, quando atingirmos a taxa de vacinação de pessoas acima de 60 anos, que é a faixa mais vulnerável, nós podemos, em contrapartida, enviar a vacina para outros países que estão na mesma situação que a nossa”, argumentou o governador. Essa estratégia seria eficaz para conter a curva da Covid-19 e, ao mesmo tempo, aliviar a demanda hospitalar.