Sandro Mabel diz que a dívida herdada de R$ 4 bilhões “é impagável”

Mabel afirma que negociações estão sendo feitas para que a Prefeitura não seja inviabilizada – (Foto: Alex Malheiros)

Prefeito de Goiânia explica que negociações estão sendo feitas para que os pagamentos sejam realizados “dentro do possível”. Secretário da Fazenda comenta sobre estratégia para buscar o equilíbrio fiscal

Durante a prestação de contas do último quadrimestre de 2024 realizada na Câmara Municipal de Goiânia, o prefeito Sandro Mabel (UB), explicou que a herança de dívidas da gestão de Rogério Cruz (Solidariedade) é na ordem R$ 4 bilhões e que esse débito “inviabiliza” a capacidade de investimento da Prefeitura.

“Quase R$ 4 bilhões [de dívidas], foi uma surpresa bem mais desagradável, um valor desse inviabiliza a Prefeitura. Nos últimos quatro anos, a Prefeitura investiu R$ 250 milhões por ano, em média, que dá R$ 1 bilhão. Para mim dividir os R$ 4 bilhões dá quase R$ 100 milhões por mês, ou seja, mais de R$ 1 bilhão por ano. Então isso é impagável. Isso que tem segurado muitas ações que nós temos para fazer.”, declarou o gestor.

O prefeito ainda fez questão de destacar que, diante do cenário complexo, não tem deixado de buscar alternativas para tocar em frente a sua administração e realizar as entregas para a população.

“Nós estamos tocando da mesma forma. Não podemos parar a cidade por causa disso. Estamos negociando dívidas, vamos entrar na justiça e vamos tentar baixar essa dívida e pagar dentro do possível.”, explicou Mabel.

Déficit fiscal

O relatório com os dados da gestão anterior, de acordo com o secretário da Fazenda, Valdivino de Oliveira, apontam um déficit significativo e desafios para equilibrar as contas públicas. A principal preocupação é com os valores que ficaram fora da contabilidade oficial, seja porque foram anulados empenhos ou sequer foram registrados, mas que representam compromissos financeiros que precisarão ser quitados.

Para evitar que as dívidas de 2024 comprometam o orçamento de 2025, a prefeitura adotou uma estratégia de geração gradual de superávit. Nos últimos três meses, a administração já economizou entre R$ 500 e R$ 600 milhões, permitindo a regularização de pagamentos prioritários, como saúde e transporte público.

“Toda despesa pública necessita de empenho. Se formos empenhar essas dívidas agora, teríamos que usar o orçamento de 2025, o que comprometeria as atividades da prefeitura no segundo semestre”, explicou o secretário.

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