Mais tecnologia e modernidade na hora de se comunicar. Novos caminhos têm sido percorridos pelo Brasil e por outros países do mundo rumo à revolução da indústria, do agronegócio e da rotina dos brasileiros no setor de comunicações. São novas possibilidades que prometem se abrir com a chegada do 5G, a quinta geração de tecnologia de comunicação móvel.
Muito se tem falado e ouvido dessa nova tecnologia que deve chegar ano que vem ao país. Mas como será na prática? Segundo o Ministério das Comunicações, além de permitir que mais dispositivos acessem a internet móvel ao mesmo tempo, o 5G promoverá mais velocidade, maior capacidade de banda e maior conectividade entre dispositivos com menor tempo de resposta.
Com ele será possível, por exemplo, fazer procedimentos de saúde a distância e a automação e uso de robótica na produção e nos serviços; e será capaz de impactar o modo de vida de toda a sociedade. A ideia é que o 5G habilite outras tecnologias, como a robótica, a inteligência artificial e ajude a reduzir custos, desperdícios e até mesmo evitar acidentes de trabalho. A tecnologia promete ser até 100 vezes mais rápida do que a atual.
“Se o 4G mudou a vida das pessoas, o 5G irá revolucionar a sociedade e os meios produtivos. Não se trata apenas de mais 1G. Se trata de um guarda-chuva que envolve e potencializa várias outras tecnologias”, explicou o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Leonardo Euler de Morais
”Eu diria que o 5G, uma tecnologia ainda na sua primeira infância, é de fato um catalisador de novas tecnologias, como inteligência artificial, como robótica, como realidade mista e realidade aumentada. Estamos falando de uma nova era em termos de possibilidades de ganhos de produtividade”, explicou.
Leilão de 5G
Para dar início à prestação de serviços relacionados à nova geração de tecnologia de comunicação móvel no país, o Governo Federal deverá promover um leilão ainda neste ano. Na licitação, serão ofertadas quatro faixas de radiofrequências: 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz. Essas faixas funcionam como uma espécie de rodovia no ar, por meio de ondas eletromagnéticas, responsáveis pelas transmissões de TV, rádio e internet.
“Esses quatro blocos, juntos, formam o maior volume de espectro, de radiofrequências, o maior volume de faixas de radiofrequências que a Anatel já leiloou até hoje”, afirmou Arthur Coimbra, secretário Especial para 5G, do Ministério das Comunicações.
O edital do leilão das faixas de radiofrequências para a prestação no Brasil de serviços de telecomunicações por meio de 5G, já aprovado pela Anatel, está em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A previsão é que o edital ocorra em 2021.
O que será ofertado no leilão
As empresas vencedoras do leilão se comprometem a fazer uma série de investimentos na área de comunicações. Terão, por exemplo, de atender com tecnologia 4G ou superior a áreas pouco ou não servidas, com mais de 600 habitantes, como localidades e estradas.
Para os municípios com mais de 30 mil habitantes, segundo a Anatel, estão previstos compromissos de atendimento já com tecnologia 5G.
O edital também prevê recursos da ordem de R$ 1,5 bilhão para a implementação de redes de transporte em fibra óptica na região Norte, por meio do programa Norte Conectado; e a construção da Rede Privativa de Comunicação da Administração Pública Federal, estratégica para a segurança nacional. Inicialmente, essa rede de comunicação será exclusiva para o uso do Poder Executivo, mas, depois, poderá ser estendida a outros poderes.
O edital do leilão também prevê a substituição e instalação gratuita de receptores mais modernos em locais onde brasileiros ainda dependem das antenas parabólicas para assistir à programação da TV aberta. Isso porque a frequência utilizada por esses equipamentos pode sofrer interferência do sinal do 5G.