Veja como vai funcionar o crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada

Medida Provisória que cria o programa de crédito foi assinada pelo presidente Lula, em evento no Palácio do Planalto – (Foto Ricardo Stuckert/PR)

Governo federal lançou o programa que dá acesso a empréstimos a trabalhadores regidos pela CLT com juros reduzidos

O governo federal lançou na quarta-feira (12) o Programa Crédito do Trabalhador na Carteira Digital de Trabalho que dá acesso a empréstimo consignado a trabalhadores registrados com carteira assinada regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), crédito já oferecido em larga escala a servidores públicos.

Ao todo, mais de 47 milhões de trabalhadores brasileiros regidos pela CLT terão acesso ao empréstimo consignado, incluindo empregados domésticos, trabalhadores rurais e contratados por microempreendedores individuais (MEIs), desde que formalizados.

O novo consignado entra em vigor no próximo dia 21 de março de 2025.

Como acessar o crédito

O empregado deverá acessar a Carteira de Trabalho Digital. Nesta plataforma, ele vai solicitar ofertas de crédito, autorizando o compartilhamento dos dados do eSocial diretamente com instituições financeiras habilitadas pelo governo federal.

A partir daí, o interessado receberá ofertas em até 24 horas, analisará a melhor opção e fará a contratação no canal do banco.

A partir de 25 de abril, os bancos também poderão operar a linha do consignado privado dentro de suas plataformas digitais.

Portabilidade do crédito

A portabilidade de crédito entre os bancos, para os clientes que desejem migrar para empréstimos mais baratos, poderá ser realizada a partir de 6 de junho.

Em até 120 dias, quem já tem um consignado ativo poderá fazer a migração para a nova linha de crédito na mesma instituição financeira.

Redução de juros

A previsão é que as taxas de juros de crédito aos trabalhadores caiam de cerca de 103% ao ano para 40% ao ano.

Atualmente, o consignado do setor privado conta com cerca de 4,4 milhões de operações contratadas, somando mais de R$ 40,4 bilhões em recursos. É bem inferior aos mais de R$ 600 bilhões disponíveis a servidores públicos e aposentados e pensionistas do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS).

Limites e garantias

Os limites do consignado para trabalhadores celetistas terão o teto de 35% do salário comprometido com parcelas do empréstimo e a possibilidade de usar 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o total da multa recebida por demissão sem justa causa (40% do saldo FGTS) para o pagamento dos débitos, em caso de desligamento do emprego.

Caso o saldo do empréstimo não seja quitado após o desligamento do emprego, a dívida fica vinculada à conta do eSocial e, quando o trabalhador estiver em um novo emprego CLT, a cobrança das parcelas volta a descontar diretamente em folha.

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