Vereador compara discurso de colega a método de comunicação nazista e fascista, em Aparecida

Dieyme Vasconcelos e Tales de Casto: debates ideológicos intensos na Câmara de Aparecida – (Foto Marcelo Silva/Câmara de Aparecida)

Dieyme Vasconcelos e Tales de Castro voltaram a bater boca na sessão da Câmara Municipal durante debate sobre livros com conteúdos sexuais nas escolas

A Câmara de Aparecida de Goiânia foi palco novamente durante a sessão ordinária desta quarta-feira (13/8) de debate acalorado entre os vereadores Dieyme Vasconcelos (PL) e Tales de Castro (PSB).

Dieyme Vasconcelos é declaradamente de direita e condenou a utilização de livros com conteúdos sexuais dentro das escolas, mostrando em vídeos frases do livro “O Avesso da Pele”, de Jeferson Tenório.

Outro livro mostrado e condenado por Dieyme Vasconcelos foi “Aparelho Sexual e Cia – Um guia inusitado para crianças descoladas”, obra francesa destinada à orientação sexual de alunos entre 11 e 15 anos.

No seu discurso, o vereador do PL disse que não aceita o que considera como “doutrinação de militantes esquerdistas dentro da sala de aula”.

Sobre os livros

Publicado em 2020 e integrado ao Programa Nacional do Livro Didático, “O Avesso da Pele”, alvo de críticas da direita, foi retirado das escolas públicas do Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná em 2024.

O Ministério da Educação (MEC) informou nunca ter adquirido o livro “Aparelho Sexual e Cia – Um guia inusitado para crianças descoladas”. Já ministério da Cultura (MinC), por sua vez, informou ter adquirido 28 exemplares, em 2011, destinados a bibliotecas públicas e não a escolas.

Contradição

Irritado com o assunto que já havia sido motivo de discórdia entre os dois na sessão anterior, Tales de Castro destacou a contradição no discurso do colega informando que o livro “O Avesso da Pele” havia sido recolhido das escolas, mas que foi selecionado pelo MEC em 2019 e entregue para as escolas em 2022, durante a gestão do presidente Bolsonaro e não no governo Lula.

“Agora, se o vereador apresenta informações de forma distorcida, como fez ontem [terça-feira], dizendo que todos os dias o governo federal distribui livros eróticos e pornográficos nas escolas querendo ganhar likes, ele poderia muito bem se retratar e falar a verdade”, desafiou Tales de Castro.

Ele ainda criticou o que considera métodos de comunicação utilizados na política pelo colega de Câmara como aconteceu na Alemanha nazista de Hitler e na Itália fascista de Mussolini. “Existe político no Brasil que quer ficar fazendo a cultura do medo e do terror para se apresentar como salvador da pátria”, destacou o vereador do PSB.

Prevenir a prática

Após a sessão da Câmara, Dieyme Vasconcelos disse ao Goiás365 que a retórica não se trata de discurso de direita ou esquerda, mas de prevenir que essa prática ocorra em Aparecida.

“Não estamos falando de esquerda ou direita, de Lula ou Bolsonaro ou de ideologia política. Estamos falando de cuidar dos nossos filhos e prevenir esse tipo de prática inadequada nas salas de aula de Aparecida de Goiânia. Por isso, apresentei o projeto que veta a distribuição de livros com conteúdo erótico na rede municipal de Aparecida”, declarou.

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