Ideia de formalização do grupo está sendo tratada nos bastidores e, apesar do pluralismo político e do conflito de interesses, não há sinalização de oposição ao prefeito
Nos bastidores da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia há uma articulação entre vereadores para a criação de um bloco suprapartidário na Casa. O assunto passou a ser discutido em reuniões entre eles e até mesmo no plenário durante as sessões na Casa de Leis.
O bloco tem objetivo de abrigar vereadores insatisfeitos com o Executivo e lhes dar força para tratar das demandas de cada um junto ao prefeito Leandro Vilela (MDB). Mas, apesar dessa tentativa de rebelião, parece haver um consenso entre os ouvidos pelo Goiás365 na tarde desta segunda-feira (12/5): nenhum pensa em fazer oposição ao prefeito.
O problema é que o pluralismo político e os interesses pessoais dificultam a articulação. O vereador Lipe Gomes (PSDB) foi eleito pela oposição e, mesmo convidado, decidiu não entrar no bloco.
Ele explicou o motivo: “Tem vereadores com objetivo de pressionar o prefeito para ter cargos. Esse não é o meu objetivo. Meu objetivo é entregar para a população as ações que me comprometi a fazer, principalmente na causa animal, na criação de uma UPA Veterinária. É isso o que quero pontuar com o prefeito”, explicou o vereador. “Por falta de coerência não participo mais”, acrescentou.
Outro vereador eleito pela oposição, Gleison Flávio (PL) disse que já foram realizadas cinco reuniões para tratar da formação do bloco, mas que o objetivo não é fazer oposição ao prefeito.
“Nada de oposição. Queremos falar para o prefeito que há insatisfação porque não conseguimos colocar aquelas pessoas que nos ajudaram na campanha de sol a sol, chuva a chuva. Nós estávamos fazendo esse bloco, mas não chegou a ser formalizado”.
Gleison Flávio se coloca na condição de vereador independente na Câmara e defende uma pausa nas tratativas. “O prefeito disse que no mês de junho vai atender os vereadores conforme puder. Então, vamos dar um tempo a ele, né. Acredito que vai dar tudo certo”.
Já o vereador Wegney Costa (PDT), também eleito pela oposição, afirmou que a falta de um líder do governo na Câmara Municipal contribui para a mobilização porque há insatisfação e os vereadores estão sem interlocutor a Casa para dialogar com o Executivo.
Ele garantiu que pode entrar no bloco, com uma ressalva. “Criar esse bloco só se for para facilitar o diálogo com o Executivo. Agora, se for um bloco para parar projeto do prefeito que é bom para a cidade, aí não, não é minha linha. Eu ando junto com o Gilsão [Meu Povo], ele está sendo um grande presidente [da Câmara] e sabe dialogar com todos os vereadores”.
Segundo Edinho Carvalho (MDB), este eleito pela situação, a ideia do bloco esfriou. O vereador explica que não é fácil criar um grupo suprapartidário na Câmara de Aparecida. “É bem complicado por causa de uma questão. São vários integrantes, de vários partidos”.
No seu caso, Edinho Carvalho foi claro. “Nada de oposição. Estou na base do prefeito. Estou no MDB e sou base, não vou fazer oposição”.
Vereadores
Ainda não se fala em um líder do bloco. Não dá para cravar também quem são ou quantos são os vereadores envolvidos na formação do grupo.
Da lista de especulações, constam os nomes de Felipe Cortez (PL), Gleison Flávio (PL), André Fortaleza (PL). Edinho Carvalho (MDB), Roberto Chaveiro (PP), Bi Dourado (Agir), Mazinho Baiano (DC), Ataídes Neguinho (MDB), Tales de Castro (PSB), Olair Silva (PRD) e Wegney Costa (PDT).
O Goiás365 não ouviu todos os vereadores citados. O espaço segue aberto para manifestações dos mesmos.