A Casa das Rosas, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e gerenciada pela Poiesis, promove, durante maio, debates que evidenciam a arte do letrista de forró na programação Voltas do voltar e o sertão: Forró feito poesia em canção. As atividades são gratuitas e acontecerão a distância, pela plataforma Zoom.
Há hoje um importante movimento pelo reconhecimento das Matrizes do Forró como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que abrange a multiplicidade de seus elementos, como os ritmos que o integram, os instrumentos, as indumentárias, a dança e as festividades a que está associado.
Para esse programa especial, foram convidados artistas, estudiosos, professores e pesquisadores de universidades de diversos estados, com o intuito de oferecer ao público, pelas redes sociais do museu, o acesso ao debate sobre aspectos socioculturais e artísticos do forró e uma oportunidade de apreciar obras-primas do cancioneiro brasileiro.
A palestra de abertura, Patrimônio Imaterial e Forró, abordará noções gerais sobre a política de promoção e valorização do patrimônio cultural de natureza imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, a memória e estruturação do processo de Registro das Matrizes do Forró como Patrimônio Imaterial, e a definição de forró, suas principais matrizes constitutivas, além de destacar a importância das letras e letristas para esse bem cultural. A palestra acontecerá no dia 6 de maio, quinta-feira, das 19h às 21h. As inscrições estão abertas até o dia do evento, neste link.
O sarau Diálogos sincrônicos – Forró por elas irá explorar um aspecto pouco evidenciado na história de sua prática cultural no Brasil: a forte presença de mulheres compositoras/letristas e, em especial, as marcantes parcerias artísticas estabelecidas entre grandes forrozeiros e suas companheiras, como é o caso de Jackson do Pandeiro e Almira, Dominguinhos e Anastácia, entre outras. O sarau terá início no dia 8 de maio, sábado, às 15h. Para participar, é necessário realizar a inscrição aqui até o dia da atividade.
A oficina Versiforrozando: articulando letra e música em canções de forró tem como objetivo abordar os desafios para a composição de letra em uma canção de forró. A proposta é partir de uma música de forró instrumental e trabalhar com os participantes da oficina para que criem uma letra. Quais as características de uma letra de forró marcante, os temas mais recorrentes, algumas características estilísticas das letras de forró, como elaborar um poema a partir de um tema pré-estabelecido, como trabalhar em cima de frases rítmicas com tempos e acentos definidos são alguns dos tópicos que poderão ser abordados na oficina. A oficina, que será realizada nos dias 21 e 18 de maio e 4 de junho das 18h30 às 21h30, está com inscrições abertas até o primeiro dia de aula neste link.
A relação do forró com seus elementos de origem africana – como a base percussiva ou a vocalização de vogais no refrão –, e a relação entre forró e negritude, que marca a trajetória de alguns dos mais importantes forrozeiros, entre os quais Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, João do Valle e Trio Nordestino é o tema do sarau Diálogos sincrônicos – Forró e negritude. O evento acontecerá no dia 22 de maio, sábado, das 19h às 21h. As inscrições podem ser feitas até o dia do evento neste link.
Abrindo o ciclo de debates, o bate-papo Forró é também canção terá a finalidade de apresentar o campo dos estudos sobre a canção no Brasil e suas possibilidades para a abordagem da elaboração de letras como expressão literária – de canções, em geral, e do gênero forró, em particular. A conversa será realizada no dia 11 de maio, terça-feira, das 19h às 21h. As inscrições estão abertas até o dia do evento, clicando aqui.
Na conversa Luiz Gonzaga – Tradição e regionalismo será discutida a figura de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e seu papel na difusão das tradições e lugares de memória nordestinos a partir de seu projeto de cantar o Nordeste e sua relação com três de seus principais parceiros letristas: Humberto Teixeira, Zé Dantas e João Silva. Para participar da mesa, que acontecerá no dia 13 de maio às 19h, é necessário se inscrever neste link até o dia do evento.
A mesa Jackson do Pandeiro e o forró da mistura trará a versatilidade do “forró da mistura” representada por Jackson do Pandeiro, cantor, compositor e multi-instrumentista reconhecido por transitar entre diversos ritmos – como o baião, o xote, o xaxado, a quadrilha, a embolada, o forró, o samba, entre outros –, recebendo o título de Rei do Ritmo. A conversa será realizada no dia 18 de maio, terça-feira, das 19h às 21h. As inscrições ficam disponíveis até o dia 18, neste link.
Dominguinhos é considerado o sucessor musical de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e a mesa Dominguinhos e o forró cosmopolita discutirá as características da sua obra que, de certa forma, urbanizou o forró e transformou o modo pelo qual o Nordeste era representado – que deixa de ser o local mítico, rural e herdeiro de valores do catolicismo popular para tornar-se uma região culturalmente cosmopolita. A mesa terá início às 19h do dia 20 de maio, quinta-feira, e as inscrições devem ser feitas neste link até o dia da atividade.
Para encerrar o ciclo de mesas, Genival Lacerda e o forró safado – broma e duplo sentido tratará da obra de Genival Lacerda, perda recente no cenário musical brasileiro. Serão explorados recursos estilísticos, usados para criar ambiguidades de sentido, que imprimem às músicas um apelo humorístico muito próprio de expressões da cultura popular marcante no que ficou conhecido como forró safado, com suas insinuações picantes de conotação sexual. A última mesa será realizada no dia 25 de maio, terça-feira, das 19h às 21h. As inscrições estão abertas neste link e devem ser feitas até o dia do evento.
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