Caiado critica protecionismo de monopólios na Reforma Tributária

Caiado avalia que o projeto da Reforma dificulta a concessão de benefícios fiscais que possam atrair novas empresas para os estados das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste – (Foto: Reprodução)

Governador afirma que projeto beneficia estados e setores econômicos já desenvolvidos em detrimento aos da região Centro-Oeste

A possível fuga de indústrias para regiões mais populosas do país em caso de aprovação do atual texto da Reforma Tributária é motivo de preocupação para o governador Ronaldo Caiado. Em entrevista nesta segunda-feira (28) ao GloboNews em Pauta, Caiado trouxe ao debate exemplos de setores econômicos que atualmente recebem benefícios fiscais, e que terão os incentivos mantidos mesmo com a aprovação do atual texto da Reforma. 

“No Sul do Brasil, a siderurgia tem regras protecionistas. Todos os brasileiros têm de comprar então aço mais caro da Europa. Isso vai no bolso do cidadão? Esse protecionismo está sendo computado na reforma também?”, questionou o governador.

Caiado lembrou que o projeto da Reforma, já aprovado na Câmara e em discussão no Senado, dificulta a concessão de benefícios fiscais que possam atrair novas empresas para os estados das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. “Eu não posso trazer coisas para o Centro-Oeste se desenvolver? Se o governo federal abre mão de recursos, isso vai para onde? Para os grandes monopólios? Não podemos viabilizar nada para nossas indústrias? Acho que esta discussão está descalibrada”, salientou o governador.

O impacto no bolso da população, que vive em estados com menor arrecadação, também foi lembrado pelo governador com um dos problemas do projeto. O governador também criticou o que chamou de “demonização do ICMS”, defendeu uma simplificação tributária, mas sem tirar a autonomia estadual. “Se tem excessos cometidos, emaranhados de legislações, que se regule, se contorne e que se resolva o problema.”, pontuou.

Caiado ressaltou ainda que o impacto na arrecadação dos Estados com a nova referência de tributação é diferente se comparado a quem obtém mais recursos por meio de impostos, como é o caso da União. “Não podemos ter dois pesos e duas medidas. Os Estados entram com 80% de sua arrecadação em sua fatia na reforma e a União só com 17%. É algo que vai fazer com que haja uma completa desestabilização de setores que promovem o desenvolvimento”, projetou o governador de Goiás.

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