Governador ainda não conseguiu formar grupo consistente, capaz de incomodar o MDB no município
Ao assumir o governo de um Estado, o governante deve agir como magistrado e olhar para o futuro.
Ronaldo Caiado (DEM) assumiu o governo de Goiás e, em seu primeiro ano, ainda não desceu do palanque eleitoral e continua olhando o retrovisor.
Apesar de ter tido 86.762 votos (43,64% dos votos válidos) em Aparecida de Goiânia, governa de costas para o município.
No aspecto político, o desprezo é quase total. Nenhum cargo de relevância no governo foi dado a Aparecida. Apenas o deputado federal Glaustin da Fokus (PSC) teve que se contentar com alguns carguinhos oferecidos pelo Palácio das Esmeraldas e nada mais.
O vereador Nascimento, que foi coordenador político da campanha de Caiado em Aparecida, até agora não foi atendido com cargos. Ficou na chapada. E olha que Nascimento se intitula como “homem de confiança do governador em Aparecida”.
Cidades bem menores como Formosa, Mozarlândia e Santa Terezinha de Goiás, onde Caiado teve votação proporcional mais expressiva do que em Aparecida, foram contempladas com cargos no primeiro escalão desde o início do governo.
Nada contra essas cidades. Mas se juntarmos a votação das três não dá a metade dos votos obtidos por ele em Aparecida.
É fato que toda a máquina da prefeitura e os partidos aliados ao prefeito Gustavo Mendanha (MDB) estavam do palanque de Daniel Vilela (MDB) em 2018, mas mesmo assim Caiado venceu no município.
O governador precisa descer do palanque e governar olhando para Aparecida como uma cidade que lhe deu quase a metade dos votos dos aparecidenses, além de ser uma das principais geradoras de emprego e renda e de impostos para o Estado.
As picuinhas políticas atrapalham a relação do governador com o prefeito e com as autoridades municipais, mas o povo deve ser colocado em primeiro lugar.
Caiado foi um crítico ferrenho de Marconi Perillo nos últimos anos, mas age da mesma forma que ele quando se trata de Aparecida.
Esse desprezo pode custar muito caro eleitoralmente ao governador e o custo disso pode vir com o resultado da eleição municipal este ano no município, o segundo maior de Goiás.
Até agora, Caiado não conseguiu formar grupo consistente, capaz de incomodar o MDB no município. Nem dá sinais de que conseguirá.
Péssimo para o vereador Nascimento e para o deputado Glaustin da Fokus, que vislumbram disputar a prefeitura de Aparecida com Gustavo Mendanha.
G365
