CPI da Covid: Motoboy admite saques de até R$ 400 mil em espécie

O motoboy foi responsável por movimentar R$ 4,7 milhões – (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

Segundo ele, “quase todo dia” sacava dinheiro e pagava boletos

Da Agência Brasil

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado nesta quarta-feira (1º), o motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva, funcionário da empresa de logística VTCLog, disse que chegou a sacar mais de R$ 400 mil na “boca do caixa”, em uma das retiradas de dinheiro.

As ordens para que fizesse saques, segundo ele, eram dadas sempre por uma funcionária, do setor financeiro da VTCLog, identificada pelo depoente como Zenaide. “O financeiro da empresa [Zenaide] me passava os cheques para fazer os saques e aí eu executava”, disse.

Aos senadores, o motoboy relatou que “quase todo dia” sacava dinheiro e pagava boletos, mas que ultimamente “quase não estava tendo” essas faturas para pagar.

“Era boleto de combustível que eu me lembro em mente e, ao mesmo tempo, tinha fatura de cartão de pessoal da família [donos da empresa] que eu pagava. Esse era o meu papel”, acrescentou.

Considerado uma testemunha importante, Ivanildo despertou interesse da comissão após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificar uma movimentação atípica da VTCLog no valor de R$ 117 milhões, nos últimos dois anos. Desse total, o motoboy foi responsável por movimentar R$ 4,7 milhões. Outra informação trazida pelo motoboy aos senadores é a de que ele esteve várias vezes no Ministério da Saúde. A VCTLog presta serviço para o Ministério da Saúde.

O motoboy disse ainda que certa vez também esteve no ministério para entregar um pendrive, no quarto andar. Segundo a CPI, é nesse piso que funciona o Departamento de Logística da pasta. “Eu lembro que eu entreguei para uma senhora, uma moça lá”, disse sem detalhar a data.

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