Governo federal repete Caiado e questiona capacidade da Enel operar no País

Um dos principais críticos da atuação da concessionária italiana, sobretudo pelos prejuízos causados a Goiás pela má distribuição de energia elétrica, Ronaldo Caiado trabalhou pela saída da empresa de Goiás

A decisão do governo Lula (PT) de pressionar a concessionária de energia elétrica Enel, para que a empresa comprove sua capacidade de operar no Brasil, repete a atitude do governador Ronaldo Caiado (UB) em relação à empresa que atuou em Goiás de 2016 a 2022. Em meio à renovação de concessões de energia e as recorrentes ocorrências de interrupção de energia elétrica na cidade de São Paulo, que é atendida por uma das concessionárias da Enel, o governo federal, assim como fez Caiado, quer evitar prejuízos nas localidades onde a companhia opera três distribuidoras. 

Nas pegadas do que fez o governador de Goiás, o governo Lula acena que pretende agir para encerrar as atividades da concessionária italiana na maior cidade do Brasil. O Ministério de Minas e Energia determinou à agência reguladora Aneel a abertura de processo que pode levar à caducidade da concessão da distribuidora de energia Enel São Paulo, o que pode levar até mesmo à reestatização dos serviços.

A Enel chegou a Goiás depois de adquirir a estatal Celg-D, num processo denunciado por Caiado, quando era senador da República, como um dos maiores prejuízos à população goiana em toda história. A licitação ocorreu em 2016, quando companhia de energia elétrica de Goiás já havia sido federalizada e o estado possuía apenas 49% de suas ações. Com a venda, Goiás ficou com apenas R$ 800 milhões líquidos, mas teve que assumir dívidas que chegaram a R$ 7,5 bilhões.

Desde que assumiu em Goiás, a operação da Enel foi marcada por sucessivos resultados negativos, e a empresa foi, por anos seguidos, considerada a pior distribuidora de energia elétrica do país. Com a má prestação dos serviços, Goiás amargou graves prejuízos na cadeia produtiva, motivos pelos quais Caiado subiu o tom contra a empresa e atuou juntos aos órgãos reguladores para que a concessão da Enel fosse cassada ou que a concessionária transferisse seu direito de operar em Goiás a outra companhia, o que ocorreu em setembro de 2022. Desde o início de 2023, a Equatorial passou a operar a distribuição de energia no Estado.

Decisão acertada

De acordo com o governo de Goiás, a Enel, enquanto concessionária de energia elétrica no estado, descumpriu seguidamente os planos de investimentos na rede de distribuição, causando sérios prejuízos ao segmento produtivo de Goiás e à população. Em todo o período em que a empresa atuou em Goiás, o governador goiano denunciou diversas vezes a companhia pela falta de investimentos previstos, o que levou à péssima prestação dos serviços e gerou graves obstáculos ao desenvolvimento do Estado.

Em março do ano passado, Caiado denunciou que a Enel, em retaliação às ações tomadas pelo Governo de Goiás, que levaram à saída da companhia de Goiás, teria tentado boicotar e impedir a licitação para aluguel de ônibus elétricos que atenderão a linha do Eixo-Anhanguera, uma das mais importantes iniciativas do governo Caiado e que visa a melhoria do transporte público na região Metropolitana de Goiânia. Questionando a modelagem que ela própria entendeu que fosse a mais correta, a Enel entrou na justiça para suspender a licitação, mas não obteve sucesso.

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