Gustavo Mendanha está entre a cruz e a espada

Por Marcelo Mendes

A pandemia provocada pelo coronavírus (Covid-19) expôs um cenário político em Aparecida de Goiânia que antes estava escondido. A confortável posição política do prefeito Gustavo Mendanha (MDB), que gozava de prestígio junto as classes empresariais e a sociedade aparecidense, agora começa a demonstrar desgastes.

A luta diária diante da necessidade de equilibrar as ações para que a saúde e a economia não sejam sacrificadas, tem sido um dos grandes desafios de qualquer gestor. No entanto, as ações tomadas pelo prefeito emedebista externaram ruídos nas relações com o seu eleitorado, que antes estavam adormecidas.

O avanço da pandemia e as ações do Executivo municipal de impor as regras de escalonamento fomentaram a criação de um ambiente complexo para ser trabalhado pelo emedebista. E o problema maior do prefeito está justamente ao seu lado.

Entre seus aliados, nenhum se expôs em sua defesa. A ação de colocar a cara para auxiliar Mendanha e dividir o desgaste criado nas ações propostas não foi feita por ninguém. Afinal de contas, nenhuma das propostas de combate a disseminação do coronavírus contou com ampla aprovação. Nenhum vereador, secretário ou liderança política que se classifica como “companheiro de primeira hora” tentou dividir os desgastes do gestor diante desse impasse diário entre saúde e economia. E nesse jogo ninguém acerta 100%.

Convenhamos, é muito mais confortável surfar na popularidade do que enfrentar a instabilidade e a crise. Por conta disso, o prefeito ficou exposto e agora vê seu favoritismo diluir com o tempo.

E ainda tem mais.

Com o adiamento das eleições de outubro para novembro, a oposição terá ainda mais tempo para minimizar os acertos e maximizar os erros de Gustavo Mendanha. Tudo de maneira calculada, enquanto muitos aliados do emedebista se escondem sob a justificativa de que seguem o isolamento social. Os oposicionistas juntam as munições para bombardear o alvo a partir de setembro.

O trabalho do prefeito Gustavo Mendanha não é fácil. Saber escolher entre a cruz e a espada a todo momento e ainda gerir a segunda maior cidade do estado de Goiás não é tarefa simples. Mas também não podemos deixar de lado que ele foi eleito para isso.

Marcelo Mendes é jornalista e editor do Goiás365

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