Mais de mil reclamações dos consumidores foram recebidas desde o dia 19 de março
O Procon Municipal recebe todos os dias ligações de consumidores que relatam problemas relacionados com o novo coronavírus (Covid-19). Denúncias de que supermercados e farmácias aumentaram de forma abusiva os preços de álcool em gel, produtos de higiene pessoal, artigos de limpeza, alimentos não perecíveis e enlatados.
O relatório de atendimento do órgão mostra que os números de reclamações e queixas recebidas via e-mail e telefone somam 1.318, no período do dia 19 de março, quando os relatos começaram a ser recebidos até a última sexta-feira (24). Desse total, foram abertos mais de 204 processos administrativos relacionados a telefonia, bancos, comércio eletrônico, agências de viagem e empresas áreas.
A equipe de fiscalização percorreu 90 estabelecimentos comerciais e desse total, 45 foram notificados e apresentaram as notas fiscais de compra e venda dos produtos de janeiro até abril.
A documentação foi encaminhada para a Gerência de Pesquisa e Cálculo do órgão, que examinou tecnicamente a possibilidade de abuso de preço e concluiu pela existência dessa prática criminosa. A margem de lucro aferida pelos comerciantes foi considerada acima do razoável, aproveitando o momento de dificuldade que todos os brasileiros enfrentam. As empresas foram enquadradas nos artigos 6° IV, 39, V e 39 X do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e serão multadas. As multas variam de R$ 700 a R$ 10 milhões, dependendo da gravidade da infração, reincidência e a condição econômica do estabelecimento.
O Procon encaminhou ofício e documentos à Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), solicitando a abertura de inquérito policial para apurar indícios de crimes contra as relações de consumo.
O órgão ainda ressalta que é importante que o consumidor fique atento para não ser lesado com a prática de preços abusivos. Caso encontre alguma irregularidade, o órgão disponibiliza canais de atendimentos à distância para receber denúncias, intermediar conflitos e orientar os consumidores: via e-mail ([email protected]), ou por telefone: (62) 3524-2942, 3524-2936, 3524-2949. O atendimento funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h.