Willian Panda condena reajuste de salário que tramita no Legislativo da Capital, mas não fala nada sobre aditivos da obra da Câmara da sua cidade
O vereador de Aparecida de Goiânia, Willian Panda (PSB), postou nas redes sociais na última terça-feira (8) um vídeo contestando o projeto de lei apresentado na Câmara Municipal de Goiânia que prevê reajuste salarial para o prefeito, vice-prefeito, vereadores e secretários municipais.
“Eu fico indignado de pensar que a primeira coisa que alguns vereadores pensam após o período eleitoral é de aumentar os seus próprios salários”, disse ele.
“É no mínimo imoral, no mínimo indecente pensar que num momento de pandemia, num momento de dificuldade que a nossa população está passando, num momento em que o auxílio emergencial provavelmente vai ser cortado para a população brasileira, nós termos uma parte da classe política preocupada com os seus salários”, pontuou.
Willian Panda sugeriu aos vereadores de Goiânia que rejeitem o projeto em um pronunciamento que parece ser espontâneo e sincero, até porque projeto como esse não passa pela Câmara de Aparecida há muitos anos.
Mas o vereador mostrou posicionamento claro e firme ao contestar uma ação da Câmara Municipal de outro município, coisa que nem ele nem os demais colegas vereadores de Aparecida fizeram diante de dois aditivos, um de R$ R$ 845.265,97 e outro de R$ R$ 1.882.696,66, totalizando R$ 2.727.962,63, no contrato de construção da sede da Câmara Municipal de Aparecida.
No mesmo cenário de pandemia, de corte de auxílio emergencial e de dificuldade, o contrato passou de 15.573.316,00 para R$ 18.301.278,63, também será custeado por recurso público, a mesma fonte que custeia os salários dos vereadores.
A população realmente já está cansada de ouvir falar em aumento de salário para políticos, da mesma forma que não suporta saber que uma obra sobe de preço sem que ninguém faça alguma coisa, ou explique os motivos.
Parece oportunismo criticar a casa dos outros e tapar os olhos para não enxergar os problemas da sua própria casa. Afinal de contas, nenhum vereador se manifestou sobre os aditivos milionários da obra da Câmara.