Ação contou com quase 300 integrantes das forças policiais
A Polícia Civil de Goiás (PC-GO), por meio do Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECCOR), desencadeou na manhã desta quinta-feira (14) a Operação BackDoor II. O objetivo foi apreender computadores, celulares, documentos, contratos, extratos bancários e quaisquer outros elementos de informação atinentes aos investigados e sua relação com o Ipasgo.
A investigação inicial apurou que vários servidores envolvidos no esquema eram terceirizados de uma empresa contratada pelo Ipasgo, motivo pelo qual se instaurou outro inquérito com o objetivo de apurar de que forma essa empresa adentrou no instituto.
A PC-GO apura indícios de fraudes em todos os certames que a empresa vencedora teve junto ao Ipasgo, tendo em vista a exigência de atestados de capacidade técnica extremamente restritivos que culminaram na restrição ao caráter competitivo e direcionamento de licitação para que a empresa investigada fosse a vencedora do processo licitatório.
Os investigadores encontraram desvio de finalidade na execução dos contratos e omissão na fiscalização, uma vez que auditorias foram realizadas por colaboradores da empresa investigada em desacordo com o objeto contratual. Outro agravante é de que médicos contratados auditavam contas de locais em que trabalhavam bem como foi detectado auditor que nem era médico. Essas auditorias totalizaram o valor de R$ 63.334.733,00.
Também foi observado que auditorias em exames complementares, decorrentes de internação emitidas acima de 50% do parâmetro de referência pelo Ipasgo realizadas por colaboradores vinculados à empresa, totalizando o valor de R$ 14.431.767,78.
Ao final das investigações, os envolvidos poderão ser indiciados pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação e fraude em licitação.
A operação foi batizada com o nome Backdoor que significa porta dos fundos. Este é o nome dado à entrada secreta em determinado software, burlando uma autenticação ou criptografia do sistema informatizado.
Números
- Efetivo utilizado: 236 policiais civis, com apoio operacional de 50 peritos e mais 10 policiais civis lotados na Superintendência de Combate à Corrupção (SCCCO).
- Medidas cautelares: cumpridos 53 mandados de busca e apreensão nas seguintes cidades: Goiânia (27); Anápolis (07); Ceres (08); Aparecida de Goiânia (01); Inhumas (01); Itapaci (01); Jaraguá (02); Caldas Novas (01); Rialma (01); São Patrício (03); e São Paulo (01).
- Bloqueio judicial de R$ 84 milhões a recaírem sobre os bens dos investigados.
- Investigados: 25 pessoas físicas e 27 pessoas jurídicas.
- Apoio operacional: Delegacias Regionais (1ª DRP Goiânia; 2ª DRP Aparecida de Goiânia; 3ª DRP Anápolis; 4ª DRP Cidade de Goiás; 10ª DRP Ceres; 15ª DRP Goianésia; e 16ª Trindade; 18ª DRP Uruaçu); Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos; Superintendência da Polícia Técnico Científica; Controladoria-Geral do Estado.